quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Historia do Clarinete


A história do clarinete na primeira metade do séc. XVII traduz-se numa verdadeira luta pela sobrevivência da flauta doce e pela sua integração plena na paleta sonora da orquestra. ''Inventado'' à volta de 1700 por Johann Christoph Denner, e seu filho Jacob, fabricante de instrumentos de sopro em Nuremberg partindo da idéia de aperfeiçoar a flauta doce.
A flauta doce é um instrumento praticamente sem dinâmica, ou seja, não consegue tocar forte nem com pouco volume. Denner pensava que se ele resolvesse esse problema, as pessoas iriam continuar a gostar da flauta doce. O fabricante pegou uma palheta de bambu, cortou a parte da frente do "bico" de uma flauta doce e colocou a palheta sobre o corte. Assim era inventado o chalumeau, que fornecia a dinâmica que Denner queria e já apresentava um som muito semelhante ao do clarinete. O público impressionou-se com o novo instrumento e, para frustração de Denner, a flauta doce decaiu ainda mais por causa do chalumeau, sua própria invenção, pois era considerado um instrumento completamente diferente, conhecido como chalumeau ou charamela
As imperfeições sonoras dos primeiros clarinetes demasiadas estridentes no registro médio/agudo e sem vigor ou clareza de afinação no registro grave (que tem precisamente o nome de chalumeau), comprometeram de início a sua aceitação por parte dos músicos. Era declaradamente inferior ao oboé e à flauta seus contemporâneos no que concerne ao timbre, afinação e agilidade. Somente em meados do século XVIII, no seio da reputada orquestra de Mannheim, o clarinete irá ver concretizadas as suas possibilidades como instrumento de grande expressividade - ainda assim, o seu uso era inicialmente especificado apenas como
alternativo ao oboé ou à flauta. No espaço de algumas décadas, as transformações efetuadas no clarinete (entre as quais o alongamento da campânula e a adição de três chaves as duas pré-existentes) fizeram dele o instrumento que servia idealmente o tipo de sonoridade procurada pela orquestra de Mannheim, cuja fama decorre da exploração das gradações tímbricas e expressivas de maneira inaudita. Construído com diversas afinações, e escolhido em função das resultantes diferenças de timbre e da tonalidade da obra a executar, por razões de facilidade de dedilhação, o clarinete começa a ser usado pelas suas capacidades líricas (de assinalar a sua utilização nos andamentos lentos das sinfonias) e não apenas pelo caráter brilhante do seu registro médio (registro de clarinete, que também já recebeu a designação de clarino). A sua principal virtude reside no controle da dinâmica que lhe permite a obtenção, mais do que qualquer outro instrumento de sopro, de uma suavidade sonora, de qualidade eminentemente vocal, capaz das nuances mais subtis. Terá sido o que impressionou Mozart na visita que efetuou a Mannheim em 1778. Dois
anos mais tarde, a partitura de Idomeneo incluiu nada menos do que quatro clarinetes, em Lá, Sib, Si e Dó, de apenas três chaves e desde aí, Mozart utiliza o instrumento intensivamente nas suas óperas, assegurando-lhe também um lugar de eleição na sua música de câmara, de que são representativos o Trio K. 498 e os Quintetos K. 452 e K. 581.
Em 1812 Ivan Muller apresentou um novo design para o clarinete ao Conservatório de Paris. O novo instrumento tinha 13 chaves e o modelo mais avançado desde o trabalho desenvolvido por Denner. Muller é considerado a segunda figura mais importante no desenvolvimento do clarinete. Mozart ficou ainda mais fascinado com o som do clarinete que agora podia tocar em todas as escalas, Já que poucos compositores clássicos o utilizaram nas suas músicas ,dedicou-lhe várias peças, sendo as mais famosas o Concerto em Lá maior para clarinete e orquestra e o Quinteto em Lá maior para clarinete e cordas.
Este clarinete ficou conhecido como sistema Mueller de 13 chaves
A sua escrita para o clarinete, favorecendo a beleza do registro grave do instrumento e um equilíbrio e fluência em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz de soprano. O uso do clarinete obbligato como dramatis persona em La Clemenza di Tito encontra-se na linha de uma tradição vienense do início do séc. XVIII, na qual se inscrevem múltiplas óperas evidenciando
uma relação estreita entre a voz e o chalumeau que, tomado como objeto significante, é associado a sentimentos específicos de caráter amoroso ou pastoral.
Ao longo do séc. XIX, o talento de vários virtuosos foi decisivo para o desenvolvimento técnico do clarinete e para o aprofundamento por parte dos compositores de uma escrita idiomática própria que, pelas suas particularidades expressivas, ficou associada ao movimento romântico.Entre 1839 e 1843, H. Klosé e August Buffet (fundador da Buffet Crampon) adaptaram a mecânica do clarinete ao sistema de Teodore Boehm (flauta) de colocação dos dedos e anéis móveis nomeadamente pela adição também de mais chaves, estenderam mais ainda a tessitura do instrumento. Apesar deste ser o sistema habitualmente utilizado hoje em dia, subsistem ainda outros sistemas como evolução do sistema Mueller como é o caso dos sistema “Albert” e “Auler” ,usados, sobretudo na Alemanha, mas pouco a pouco estão sendo substituídos pelo sistema de Boehm, por não ter cruzamento de dedos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Caracteristicas do Clarinete



O clarinete ou a clarineta é um instrumento musical de sopro constituído por um tubo cilíndrico de madeira ou ebonite (já foram experimentados modelos de metal), com uma boquilha cônica de uma única palheta e chaves ("botões" metálicos que alargam ou encurtam o som no seu tubo.). Possui quatro registros: grave, médio, agudo e superagudo. Quem toca o clarinete é chamado de clarinetista