quarta-feira, 6 de julho de 2011

Afinaçao

Princípios básicos de afinação do Clarinete

Este artigo visa a ajudar principiantes e profissionais clarinetistas a detectar e corrigir problemas de afinação que muitas vezes passam desapercebidos e só são detectados quando se está tocando em naipes com diferentes instrumentos, principalmente os que eu chamo de classe aguda tipo flautas e oboés.
Pelo fato do clarinetista orquestral ter de usar palhetas duras tipo 3,5 ou 4 para obter um volume de som penetrante e forte, ele perde o recurso de acertar a afinação somente pela embocadura como é normalse fazer no saxofone onde é possível alterar a nota em até meio tom ou mais somente relaxando ou tencionando mais ou menos a embocadura. No clarinete esta excursão é possível também, desde que se utilizem palhetas mais brandas e boquilhas mais abertas, como os clarinetistas de jazz o fazem, só que nestes casos eles perdem a profundidade e o som misterioso do grave do clarinete. Acaba ficando um som grave “rachado” meio misturado entre o sax e clarinete sem profundidade do registro grave.
Outra desvantagem do som “rachado” é que ele também não bem visto por muitos maestros, pois no registro grave o som não é muito definido, as vezes não dá para reconhecer o instrumento, além do que o volume fica prejudicado.
Utilizando-se palhetas duras e boquilhas fechadas o som fica bom, mas a excursão do tom por variação da embocadura não chega a meio tom e também fica difícil tocar desta maneira, pois o executante tem de ter uma precisão absurda em sua embocadura alem de cansar muito.
Então como pode ser resolvido o problema?
O artigo a seguir foi escrito por François Kloc que foi um especialista sênior da fabrica de clarinetes Buffet Crampon e o responsável pelo acerto da afinação de vários modelos de clarinetes e clarones.
Hoje ele gerencia uma unidade da Buffet/Boosey nos Eua.
Quase todos os ajustes descritos a seguir devem ser feitos por profissionais altamente
especializados, caso contrário você poderá estragar seu instrumento ou boquilha.
1. Trabalhando a afinação diretamente na nota,
Se a nota tende a um bemol você poderá,
• Aumentar o diâmetro do orifício
• Abrir um pouco por vez pelo lado de dentro do orifício o corte cônico de dentro para fora.
Se a nota tende a um sustenido
• Reduzir o diâmetro do orifício
• Diminuir a conicidade do corte interno
2. Trocar o barrilete (barrell) ou alterar o diâmetro interno dele
Se for possível afinar seu clarinete trocando o barrilete,
• Se você usar um barrilete com diâmetro interno maior que o da parte superior da espiga,
você fará com que o registro grave tendencione a ser bemol e no registro médio algumas
notas poderão estar afinadas.
• Se o diâmetro for maior, acontecerá justamente ao contrário, algumas notas no registro
grave poderão estar afinadas e no registro médio há uma tendência delas serem um
sustenido.
• Se você desejar subir ou abaixar a afinação inteira do instrumento você pode abrir um pouco
a junção do barrilete com a espiga ou usar um mais longo ou mais curto. O mais longo irá
tendencionar as notas a serem bemóis e o mais curto a serem sustenidos.
3. Fazer um ajuste fino no tubo da chave de registro e no tubo de apoio do polegar esquerdo
Você também a possibilidade de alterar a afinação e a resposta do som do clarinete pelo ajuste do tubo
da chave de registro e do tubo de apoio do polegar. Esta mudança altera o volume interno do
instrumento alterando também o caminho do ar. Este ajuste permitirá que você altere a sua embocadura, controlando-a de modo a emitir todas notas tendendo-as a serem sustenidos ou bemóis.
4.Trocando a boquilha ou modificando a boquilha
A boquilha também possui um forte efeito sobre a afinação de determinadas notas do clarinete. Ela também pode provocar a alteração da afinação inteira do instrumento, tendencionando-a para sustenidos ou bemóis.
• Um diâmetro interno pequeno, não a câmara, fará com que o registro grave e as notas Lab, Sib
(throat notes) tenderem ao sustenido. Também afetará o registro agudo tendencionando-o para
o bemol com pouco volume de som.
• Um diâmetro interno grande fará com que o registro grave e as notas Lab, Sib (throat notes)
tenderem ao bemol. Também afetará o registro agudo tendencionando-o para o sustenido com
muito volume de som.
Aumentando um décimo de milímetro no diâmetro interno da boquilha equivale a aumentar um milímetro no comprimento do clarinete.
Notas:
O ideal mesmo é que o diâmetro interno da boquilha seja o mesmo diâmetro interno do barrilete.
Quando for adquirir uma boquilha, atente-se para este detalhe. Meça antes o diâmetro interno do barrilete (atualmente o mais utilizado é 14,65mm “bore size”). Se estiver utilizando um instrumento antigo da década de 50, a Vandoren possui a linha M13 com diâmetro interno menor.
Conselhos:
Nunca altere e não deixe alterar nada no seu clarinete sem o aval de um bom professor ou de um
profissional altamente especializado que seja também um clarinetista. Se necessitar destes
serviços no Brasil, não existem muitos profissionais aptos a fazer este tipo de operação com
sucesso garantido. Existem sim muitos curiosos renomados.
Lembre-se sempre que clarinete é sinônimo de precisão. Um vazamento ínfimo em uma sapatilha acaba com qualquer clarinetista.

Excelente blog de material para clarinete

Esse blog tem varios metodos e partituras para clarinete !!!
Vale a pena conferir

Abraços


aprendizdamusica.blogspot.com

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Evoluçao do Sistema de Chaves

A evolução do chalumeau para o clarinete, por Johann Denner, traduziu-se na criação de um instrumento que não tinha mais do que 7 buracos e 2 chaves “operando” num curtíssimo registo tímbrico de 12ª.Por volta de 1700, J. Denner colocou as 2 chaves de tal modo que uma delas (chamada “chave de registo”) possibilitou o aumento da tessitura do clarinete para aproximadamente 3 oitavas.Em 1710, Jacob Denner, filho de Johannn, efetuou várias experiências na colocação das chaves descobrindo posições que permitiam atingir registos mais agudos e uma melhor afinação.Por volta de 1740 foi introduzida a terceira chave e em 1778 o clarinete standard tinha já 5 chaves. Não obstante, a esta altura o clarinete era sobretudo tocado por oboístas que tocavam ambos os instrumentos (oboé e clarinete) não havendo a tradição de um instrumentista se dedicar exclusivamente ao clarinete.
É curioso notar que foi para o clarinete de 5 chaves que Mozart escreveu o seu Concerto e Quinteto. É extraordinário imaginar a agilidade e virtuosismo do instrumentista a quem coube a missão de executar tais obras, considerando a complexidade dinâmica, tímbrica e cromática das mesmas, por um lado, e as limitações técnicas de um instrumento com apenas 5 chaves. Mozart compos o concerto e quinteto para seu amigo e companheiro de Maçonaria, Anton Stadler. O registro grave do clarinete era o que mais agradava Mozart, que frequentemente o comparava à beleza da voz humana.
O clarinete de 5 chaves manteve-se como standard até princípios do séc. 19, época em que Ivan Muller introduziu lhe importantes modificações, de tal ordem que é por muitos considerado como o verdadeiro pai do clarinete moderno.Ivan Muller, nascido na Russia, fixou-se por volta de 1809 em Paris, cidade onde se situavam os principais fabricantes de instrumentos em madeira da época. Começa então a introduzir alterações na construção do clarinete, desenvolvendo intrincados mecanismos de chaves, permitindo combinações técnicas que de outro modo só seriam possíveis com recurso a dedos suplementares.Muller apresentou o seu “invento” (um clarinete com 13 chaves) no Conservatório de Música de Paris em 1815, e foi completamente rejeitado. Tal rejeição não derivou diretamente do sistema apresentado por Muller, mas sim do entendimento que os professores da época partilhavam de que este tipo de clarinete, com afinação em Sib, poderia acabar com os outros tipos de clarinete então existentes (com diferentes afinações) extinguindo a variedade tímbrica e recursiva que esses diferentes clarinetes se prestavam.
O passo seguinte da evolução do clarinete foi a adaptação ao clarinete do sistema Boehm. Tal como referi anteriormente, a introdução e padronização do sistema Bohem decorreu a partir da adaptação do sistema usado na flauta (cuja criação é atribuída a Theobald Boehm).A ideia básica deste sistema é que a colocação dos orifícios do instrumento é feita mais em função de critérios de conforto de execução do que acústicos (os orifícios dos clarinetes anteriores ao sistema Boehm não eram projectados para facilitar o manuseamento mecânico das mãos). Desta forma, a utilização das chaves para abertura e fechamento dos orifícios tem grande importância, ajudando a superar as dificuldades mecânicas. O clarinete boehm é hoje em dia composto por 17 chaves.Este sistema foi aplicado não apenas no clarinete, mas também no oboé e no saxofone. Um sistema híbrido é ainda utilizado no fagote.
O sistema Albert, como já se disse, ainda é usado em algumas regiões da Europa e Estados Unidos. A principal limitação deste sistema de colocação dos dedos é que “obriga”, em determinadas circunstâncias, ao cruzamento de dedos (dificuldade que o sistema Boehm ultrapassou) o que se torna particularmente limitante em passagens mais difíceis que exijam destreza de dedos.
O sistema Oehler (pronuncia-se “oiler”) por seu turno, também requer o cruzamento de dedos e difere bastante do sistema Boehm. A sua principal particularidade reside na utilização de chaves com “rolamentos” semelhantes às que se encontram nos saxofones. Este tipo de clarinete apresenta um conjunto de 22 chaves e é usado sobretudo na Alemanha.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Historia do Clarinete


A história do clarinete na primeira metade do séc. XVII traduz-se numa verdadeira luta pela sobrevivência da flauta doce e pela sua integração plena na paleta sonora da orquestra. ''Inventado'' à volta de 1700 por Johann Christoph Denner, e seu filho Jacob, fabricante de instrumentos de sopro em Nuremberg partindo da idéia de aperfeiçoar a flauta doce.
A flauta doce é um instrumento praticamente sem dinâmica, ou seja, não consegue tocar forte nem com pouco volume. Denner pensava que se ele resolvesse esse problema, as pessoas iriam continuar a gostar da flauta doce. O fabricante pegou uma palheta de bambu, cortou a parte da frente do "bico" de uma flauta doce e colocou a palheta sobre o corte. Assim era inventado o chalumeau, que fornecia a dinâmica que Denner queria e já apresentava um som muito semelhante ao do clarinete. O público impressionou-se com o novo instrumento e, para frustração de Denner, a flauta doce decaiu ainda mais por causa do chalumeau, sua própria invenção, pois era considerado um instrumento completamente diferente, conhecido como chalumeau ou charamela
As imperfeições sonoras dos primeiros clarinetes demasiadas estridentes no registro médio/agudo e sem vigor ou clareza de afinação no registro grave (que tem precisamente o nome de chalumeau), comprometeram de início a sua aceitação por parte dos músicos. Era declaradamente inferior ao oboé e à flauta seus contemporâneos no que concerne ao timbre, afinação e agilidade. Somente em meados do século XVIII, no seio da reputada orquestra de Mannheim, o clarinete irá ver concretizadas as suas possibilidades como instrumento de grande expressividade - ainda assim, o seu uso era inicialmente especificado apenas como
alternativo ao oboé ou à flauta. No espaço de algumas décadas, as transformações efetuadas no clarinete (entre as quais o alongamento da campânula e a adição de três chaves as duas pré-existentes) fizeram dele o instrumento que servia idealmente o tipo de sonoridade procurada pela orquestra de Mannheim, cuja fama decorre da exploração das gradações tímbricas e expressivas de maneira inaudita. Construído com diversas afinações, e escolhido em função das resultantes diferenças de timbre e da tonalidade da obra a executar, por razões de facilidade de dedilhação, o clarinete começa a ser usado pelas suas capacidades líricas (de assinalar a sua utilização nos andamentos lentos das sinfonias) e não apenas pelo caráter brilhante do seu registro médio (registro de clarinete, que também já recebeu a designação de clarino). A sua principal virtude reside no controle da dinâmica que lhe permite a obtenção, mais do que qualquer outro instrumento de sopro, de uma suavidade sonora, de qualidade eminentemente vocal, capaz das nuances mais subtis. Terá sido o que impressionou Mozart na visita que efetuou a Mannheim em 1778. Dois
anos mais tarde, a partitura de Idomeneo incluiu nada menos do que quatro clarinetes, em Lá, Sib, Si e Dó, de apenas três chaves e desde aí, Mozart utiliza o instrumento intensivamente nas suas óperas, assegurando-lhe também um lugar de eleição na sua música de câmara, de que são representativos o Trio K. 498 e os Quintetos K. 452 e K. 581.
Em 1812 Ivan Muller apresentou um novo design para o clarinete ao Conservatório de Paris. O novo instrumento tinha 13 chaves e o modelo mais avançado desde o trabalho desenvolvido por Denner. Muller é considerado a segunda figura mais importante no desenvolvimento do clarinete. Mozart ficou ainda mais fascinado com o som do clarinete que agora podia tocar em todas as escalas, Já que poucos compositores clássicos o utilizaram nas suas músicas ,dedicou-lhe várias peças, sendo as mais famosas o Concerto em Lá maior para clarinete e orquestra e o Quinteto em Lá maior para clarinete e cordas.
Este clarinete ficou conhecido como sistema Mueller de 13 chaves
A sua escrita para o clarinete, favorecendo a beleza do registro grave do instrumento e um equilíbrio e fluência em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz de soprano. O uso do clarinete obbligato como dramatis persona em La Clemenza di Tito encontra-se na linha de uma tradição vienense do início do séc. XVIII, na qual se inscrevem múltiplas óperas evidenciando
uma relação estreita entre a voz e o chalumeau que, tomado como objeto significante, é associado a sentimentos específicos de caráter amoroso ou pastoral.
Ao longo do séc. XIX, o talento de vários virtuosos foi decisivo para o desenvolvimento técnico do clarinete e para o aprofundamento por parte dos compositores de uma escrita idiomática própria que, pelas suas particularidades expressivas, ficou associada ao movimento romântico.Entre 1839 e 1843, H. Klosé e August Buffet (fundador da Buffet Crampon) adaptaram a mecânica do clarinete ao sistema de Teodore Boehm (flauta) de colocação dos dedos e anéis móveis nomeadamente pela adição também de mais chaves, estenderam mais ainda a tessitura do instrumento. Apesar deste ser o sistema habitualmente utilizado hoje em dia, subsistem ainda outros sistemas como evolução do sistema Mueller como é o caso dos sistema “Albert” e “Auler” ,usados, sobretudo na Alemanha, mas pouco a pouco estão sendo substituídos pelo sistema de Boehm, por não ter cruzamento de dedos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Caracteristicas do Clarinete



O clarinete ou a clarineta é um instrumento musical de sopro constituído por um tubo cilíndrico de madeira ou ebonite (já foram experimentados modelos de metal), com uma boquilha cônica de uma única palheta e chaves ("botões" metálicos que alargam ou encurtam o som no seu tubo.). Possui quatro registros: grave, médio, agudo e superagudo. Quem toca o clarinete é chamado de clarinetista